Essa doença atinge 10 % das mulheres em idade reprodutiva, e é a principal causa da infertilidade, atingindo até 50% das mulheres que não conseguem engravidar.
Essa doença começa na adolescência, sendo muitas vezes diagnosticada só depois de 10 anos de evolução da doença em estágio avançado.
Hoje, a causa que talvez melhor define a endometriose seja a origem embriológica na qual a menina já nasça com os focos de endometriose que se desenvolvem durante os anos pela produção hormonal que se inicia na primeira menstruação.
Superficial ou Peritoneal, Profunda ou Ovariana.
A endometriose pode ser classificada como Superficial ou Peritoneal, Profunda ou Ovariana.
A endometriose atinge somente a camada de revestimento interno do abdome denominada peritônio, com profundidade menor a 5 mm, pode não ser visualizada pela ressonância e ultrassonografia. Porém, apesar de acometer superficialmente as regiões onde se instalou, ela pode causar muitos sintomas, como cólicas intensas, dor na relação sexual de forte intensidade.
A endometriose atinge mais profundamente a camada de revestimento interno do abdome denominada peritônio, maior de 5 mm. Está associada ao acometimento da bexiga, intestino e outros órgãos.
É a forma da endometriose que atinge um ou ambos os ovários.
Considerando-se que esses são os órgãos produtores de óvulos, a grande preocupação aqui, é com a reserva ovariana que diminui conforme a doença avança produzindo retrações e acúmulo de líquido sanguinolento envelhecido, os chamados endometriomas, famosos “cistos de chocolate”.
Os exames de imagem possuem aqui um papel fundamental na identificação da extensão e da localização dos focos da doença que muitas vezes encontram-se agrupados formando os conhecidos “nódulos de endometriose”.
Os melhores métodos radiológicos utilizados são a Ultrassonografia pélvica transvaginal e a Ressonância Nuclear Magnética, ambos realizados após preparo intestinal prévio e por especialistas. Vale ressaltar que a qualidade técnica de quem executa ou lauda o exame é essencial para a adequada identificação da doença.
O exame de sangue CA-125 é comumente utilizado como um marcador sanguíneo para acompanhamento no pós-operatório da doença, mas por ser muito inespecífico não serve para a realização do seu diagnóstico.
O tratamento da endometriose é essencialmente cirúrgico.
Somente com a cirurgia é possível realizar a retirada das lesões endometrióticas.
O mais importante a se falar aqui, é que o tratamento definitivo visa a retirada completa de todos os focos de endometriose, o que exige técnica cirúrgica avançada e equipe altamente capacitada para a abordagem completa da doença.
Tem como objetivo restituir a anatomia original e da funcionalidade dos órgãos com preservação máxima de suas funções.
A restauração da fertilidade após o tratamento cirúrgico é por vezes possível, permitindo à mulher a concepção espontânea que quando, no entanto, não é atingida, pode ainda ser submetida à realização de técnicas de Reprodução Humana Assistida, muitas vezes com melhora de seus resultados.
O tratamento clínico com medicações analgésicas e hormonais tem como objetivo minimizar a dor durante o período menstrual utilizando analgésicos e anti-inflamatórios ou com métodos hormonais interrompendo a menstruação e os sintomas durante este período, porém não garante que as lesões regrediram tampouco não irão progredir.
As outras abordagens de tratamento como orientações nutricionais, acupuntura, fisioterapia e atividades físicas visam a diminuição dos efeitos inflamatórios da doença e o estímulo dos fatores anti-inflamatórios e são incentivados como colaboradores no combate aos efeitos da doença.
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